sábado, 15 de agosto de 2009

Be happy








Eu queria poder dizer das dores.
Das minhas e das alheias.
Talvez 'dizer' não fosse o termo correto,
Queria poder 'estancar' todas as dores!
Mas aí ficariam represadas..
Não, não seria bom!
Um dia poderiam estourar...
O melhor seria incinerar, transformar em adubo.
Fertilizante para uma vida plena.
Maldita tradição essa, tão enraizada em nós, na qual sentimos o sádico prazer em nos flagelar continuamente! Como se para nós nunca chegasse a redenção! A absolvição!
Queria dizer que somos todos tortos, 'gauches' a caminhar pelas sombras da vida. A simples comprensão disso nos livra de apontar o dedo a quem quer que seja!
E que a dor não é 'privilégio' de ninguém, ela está no mundo e disponível a todos, assim como o sol: não há privilegiados, ele vem sobre todos nós
Mas o que fazer quando ela sufoca, aprisiona, paralisa?Escrever, escrever, escrever...? Às vezes seria bom enfiar as mãos na terra, plantar, sentir a humidade gostosa e acolhedora dessa amiga tão querida? Fazer um pão, 'carinhar' a massa? Jogar bola? Tocar um instrumento?
"O que te faz feliz?", é o slogan do Pão de Açúcar, deveria ser o nosso. A nossa pergunta diária.
O que me faz feliz? O que te faz feliz?
Muitas vezes a tristeza é tamanha que é até difícil identificar. É melhor indo aos poucos...sentar ao lado de um amigo e colocar o papo em dia, assistir a um filme , alisar um animalzinho... e a vida vai voltando...
Como os homens, ela sempre volta, só que ao contrário deles, ela volta melhor: amadurecida.
O que sei é que não podemos nos desesperar. Nunca! Pois o mundo dá voltas e umas vezes estamos de cabeças para baixo, literalmente, e em outras estamos de pé!
(Quisera eu ter o poder de pensar sobre isso nos meus momentos de abandono de mim mesma)