sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ao alcance da boca


Não.
Nada de palavras.
Elas cansam os meus olhos.
Fartam meu coração de vazios.
Já não me caibo mais de vogais e consoantes.
Quero o murmúrio,
O ronronar sem sentido,
O cantarolar repetitivo de uma melodia.
Quero te calar as teclas.
Fazer soar seus lábios.
Quero sentir seu ritmo.
O pulsar do seu punho segurando o meu.
Te quero ao alcance
Do ouvido,
Da boca.
Sempre à disposição,
Disso não abro mão.