sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ao alcance da boca


Não.
Nada de palavras.
Elas cansam os meus olhos.
Fartam meu coração de vazios.
Já não me caibo mais de vogais e consoantes.
Quero o murmúrio,
O ronronar sem sentido,
O cantarolar repetitivo de uma melodia.
Quero te calar as teclas.
Fazer soar seus lábios.
Quero sentir seu ritmo.
O pulsar do seu punho segurando o meu.
Te quero ao alcance
Do ouvido,
Da boca.
Sempre à disposição,
Disso não abro mão.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Para sempre


É certo que nada dura para sempre.
Será que é certo mesmo?
As coisas se transformam,
Porém não deixam de ser o que são
Na essência,
Se essência for,
Permanecem inalteradas.
A alma será sempre a Alma.
O amor, sempre Amor.
Às vezes doendo menos,
Às vezes rasgando o peito
As coisas duram para sempre sim!
Coisas que deixaram a fase de 'coisas'
Para tornarem-se seres,
Entes vivos
Mesmo que mortos
Entre os vivos
Jamais deixarão de existir.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Incenso


Agradou-Lhe moer.
Agradou moer-me.
Até que nada restasse
Que não fosse o aroma
Da lembrança
Entranhado em cada cadinho da minha alma.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O que é o amor?



O que é o amor, onde vai dar,
Parece não ter fim
Uma canção cheirando a mar,
Que bate forte em mim
O que me dá meu coração
Que eu canto prá não chorar
O que é o amor, onde vai dar
Porque me deixa assim
O que é o amor, onde vai dar,
Luar perdido em mim ...
                   (Danilo Caymmi)

sábado, 6 de agosto de 2011

Se pudesse parar o tempo...


Eu diria que sim,
Amo de verdade!
Que sou livre,
É certo,
Mas desejaria viver amarrada a você
Sim, diria que sim,
Eu espero!
O tempo que for preciso,
Eu espero!
Faria cena, não o deixaria solto
Utilizaria os recursos mais vis,
mas não o deixaria sair de perto de mim
Se eu pudesse parar o tempo você estaria hoje aqui
Quem sabe discutindo onde iríamos tomar café
Ou que música colocar
Mas você estaria aqui.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um ponto...


Um ponto...
A agulha avança,
Pede outro
E mais outro...
A linha pede outra linha
Uma cor chama a outra
Um beijo quer um abraço
A cama pede um corpo,
Um corpo clama por outro.
Inesgotáveis, sempre!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Esperança

Para mim é muito difícil distinguir a diferença entre esperança e ilusão.
Me esbarro na  tênue linha que separa esses dois sentimentos.
Receio que minhas esperanças sejam apenas ilusões.
(Se é que há diferença entre uma coisa e outra)
Quando vejo aparece um terceiro elemento, a fé:
"A certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se vêem".
Será que aquilo que chamamos 'ilusão' não é uma forma de esperança?
Ou  ilusão é quando nos negamos a ver a realidade?
E  a esperança  quando vislumbramos o futuro?
Mas, quando vemos a sabemos das dificuldades da realidade e,
mesmo assim, rejeitamos a abandonar a esperança?
Isso é fé!


quinta-feira, 24 de março de 2011

Sábado...


Uma lufada de ar quente me invadiu o peito
depois de uma noite de muita chuva
o dia estava quente e nublado
É verão, não tenho dúvida!

A vida pulsa em todas as direções.
meus olhos de enchem de água
como o céu de Março
não sei como sai tanta água sem se esgotar
Talvez elas sirvam para alguma coisa
Não sei
lavar, lavar, lavar..

Até ficar pronta!
Afinal,
O noivo de sua alma deseja entrar
Mas ele não vem enquanto o trabalho não estiver adiantado
Ou acabado?

A casa pronta
A janela aberta
O vaso com flores...

A chuva não cede.

domingo, 20 de março de 2011

Não preciso de inimigos


A minha luta comigo mesmo me basta.
Bato, rebato, escapo, me escondo, enfrento
e todas as marcas continuam em mim
Sonho com dias ensolarados
lembro o chocoalhar do trem
O vento passando lá fora, pelas janelas
Casas, campos, a estação da Lapa
Todos os cheiros estão em mim.
Abra as janelas do quarto e olho os eucaliptos
Iguais, completamente iguais
Clones dos meus dias.

domingo, 13 de março de 2011

"...e correr atrás do vento" *


Na verdade viver cansa demais.
E não viver
Também cansa!

*Eclesiastes