sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Água



Filha de Oxum, de Fevereiro, Pisciana
Sou filha das Águas
Águas ensolaradas, banhadas pelo Rei Sol
Águas mornas, calmas, serenas
Eu canto para a cura
Canto para a transparência
A limpeza, a sanidade
Canto pelo burburinho constante de uma pequena queda
Pelos respingos suaves que não agridem,
Toques de alegria
Ou a água morna na bacia
Onde pés descansam
Cheiro de alecrim, malva, um punhado de sal
A água da panela que cozinha o alimento
E o faz prosperar
Água de cheiro, perfume que espalha
Acalenta e aconchega
Como colo, como cheiro de mãe.
Mãe Lua, mãe Oxum.
Nunca me agradou ser tempestade
Mas para quem apenas é não há escolha
Faz o que tem que ser feito
Ser mulher é disciplina.
Cumprindo as fases, seguindo as regras.
Há uma alegria secreta, porém imensa, neste lado esquerdo da vida.