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Às vezes temos que enterrar o coração,do mesmo modo que as tartarugas fazem com seus ovos.
Deixá-lo bem acolhido no interior da terra.
É que nesses momentos de completa quietude e solidão, mãos invisíveis trabalham sem cessar.
Num esforço imenso de limpar, curar, proteger e cuidar...
Coração é algo delicado e mimoso, tal qual os ovos.
Possuem uma estrutura frágil.
E guardam toda uma vida em seu interior.
Passa-se um tempo, dois ou três...eles ficam lá quietinhos.
Passam-se chuvas torrenciais, que lavam a terra.
Que assustam e oprimem.
Em outros momentos, só o silêncio e a escuridão.
Nos dias felizes de sol, nos sentimos aquecido e cheios de esperança.
Mas ainda não é hora de sair para a vida.
É só uma alegriazinha de verão.
Sabe-se lá quantos invernos e chuvas fortes ainda teremos que passar?
(Enquanto isso as mãos invisíveis trabalham sem parar)
Retiram gorduras acumuladas, veias entupidas, nervos necrosados...
Tecem em meio à chuva e ao sol, um coração novo.
Coração alegre. Leve e manso.
Com aquela paciência típica das tartarugas: resistente, persistente, sábia e protetora.
E quando menos se espera temos um coração novinho em folha.
Há sabedoria demais na espera e no silêncio.